É fato que alguns textos das cartas de Paulo, se lidos isoladamente, nos levam a entender que a lei de Deus foi abolida ou invalidada pelo sacrifício de Cristo na cruz do calvário. No post anterior eu já havia comentado sobre o estado da lei, e que a lei não existir vai contra as regras de fé de um verdadeiro cristão. Mas como dito a princípio, existem textos neotestamentários que dão margem para este pensamento se lidos isoladamente, e gostaria de desvendar esse quebra-cabeça que muitas vezes dá nó na cabeça dos irmãos.
Vejamos alguns exemplos:
“Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados”. (Colossenses 2:16)
"Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem..." (Efésios 2:15)
Estes são alguns textos que servem de base para muitos "líderes religiosos" saírem pelo mundo a fora pregando que a lei passou, que o sábado passou. Para que o post não fique muito extenso, vou utilizar o texto de Efésios citado acima, pois a sintaxe relacionada a ele, serve para os demais textos utilizados pelos abolicionistas.
Antes de mais nada precisamos saber o ponto de vista do autor do texto, no caso, Paulo. Escritores Bíblicos não se contradizem, a Bíblia fala uma só língua, a língua do Espirito Santo. Vejamos:
"por conseguinte , a lei é santa; e o mandamento, santo, e justo, e bom." (Romanos 7:12)
"Anulamos, pois, a lei pela fé? NÃO, DE MANEIRA NENHUMA! Antes, CONFIRMAMOS A LEI." (Romanos 3:31)
"Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado." (Romanos 7:25)
É hermenêuticamente falando, IMPOSSÍVEL dizer que Paulo pregava a abolição da lei. Como pode Paulo uma hora pregar que o Mandamento é santo, que o mandamento é Justo e que o Mandamento é Bom, e logo depois dizer que Cristo aboliu os mandamentos na sua carne? Tal afirmação é dar margem para os ateus, pois são eles que dizem que a Bíblia contém contradições. Paulo era uma ferrenho observador da lei, ora, Paulo foi educado em duas culturas, a grega e a Judaica, depois que conseguiu cidadania romana. sendo criado em cultura judaica, Paulo era um ferrenho observador da lei, por isso que em um dos versos acima ele fala que sua mente é escrava da lei de Deus, o pensamento de paulo era direcionado para viver de acordo com a vontade de Deus.
Logo uma coisa podemos aprender, Paula de maneira alguma pode estar falando da mesma lei, ele tem que estar falando de leis diferentes. Como podemos perceber isto? Simples, bastar ler o contexto dos versos. Este ato básico vai matar a charada das declarações de Paulo. Em Romanos 7:12 é fácil de perceber que Paulo fala dos 10 mandamentos através do contexto. Basta começar a ler do verso 7. Abra sua Bíblia, leia você mesmo. Paulo fala de conhecer a cobiça através da lei, que lei fala que não devemos cobiçar? Óbvio, os 10 Mandamentos! Descobrimos que quando o Apóstolo da Graça fala que o mandamento era santo, justo e bom, ele se referia ao Decálogo da Lei.
e Efésios 2: 15 ???
Com o texto de efésios faremos o mesmo procedimento, vamos estudar o contexto para poder desvendar as declarações de Paulo. Basta ler alguns versos antes e alguns versos depois. sugiro que leia do verso 11 ao verso 22, pegue sua Bíblia, mãos a obra. Após ler toda a passagem, repare nos seguintes trechos:
Verso 14
"Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade..."
Verso 18
"Porque, por ele, ambos temos acesso ao pai em um Espírito."
Somente estes dois trechinhos da passagem, se não os deixarmos passar despercebidos, podem dar um enorme esclarecimento sobre que lei paulo afirma que Jesus aboliu na cruz. Que parede de separação cristo derrubou? Eu sei qual foi, o único portal de separação jogado ao chão por cristo foi o véu do santuário. Vejamos:
"Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo; tremeu a terra, fenderan-se as rochas;" Mateus 27:51
Esse comentário também se associa com o segundo trecho que eu frizei, pois agora sem o véu do santuário, não haviam mais necessidade do sumo sacerdote, Cristo seria o nosso sumo sacerdote, e o acesso a Deus seria espiritual, não mais físico na forma de sacrificios. Existia alguma lei que podesse reger as mediações em forma de sacrificios, e que com o Sacrificio maior na cruz do calvário deveria ser abolida na carne? Para tristeza dos abolicionistas, essa lei existia sim. Eram as chamadas Leis Cerimoniais. podemos encontra-las dando uma rápida lida nos livros de Levitico e Êxodo. vejamos:
leis acerca dos altares - Êxodo 20:22 a 26;
leis acerca dos servos - Êxodo 21:1 a 11;
leis acerca da violência - Êxodo 21:12 a 36;
leis acerca da propriedade - Êxodo 22:1 a 15;
leis civis e religiosas - Êxodo 22:16 a 31;
lei dietética - Levítico 11;
repetição de diversas leis - Levítico 19...
leis para os sacerdotes - Levítico 21:1 a 24
Também conhecidas como lei de Moíses, as Leis cerimoniais em quase todo o seu corpo simbolizavam Cristo. Em quase todos os seus traços o foco era profetizar a vinda do Messias. Quano Jesus veio e morreu, qual o sentido da contínua observância destas leis que o representavam? Nenhum! Então esses mandamentos em forma de ordenanças foram abolidos na morte de Cristo, pois não tinham mais sentido. Foi isso que Paulo quis dizer.
"...antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós."
1Pedro 3:15
Nenhum comentário:
Postar um comentário